Olá caro leitor(a)
Tudo bem com vocês?
Espero que sim....
Hoje, resolvi trazer para vocês uma Resenha Critica, do texto O Estado da Arte da pesquisa sobre o fracasso escolar ( 1991 - 2002): um estudo introdutório.
Mas afinal, o que é uma resenha Crítica?
A Resenha Critica nada mais é do que ao ler um texto, você realizar apontamentos, comentários a cerca do que foi lido no texto. E trocando em miúdos, é você após ler o texto, fazer uma analise critica, como se estivesse que falar para alguém sobre aquele texto, sendo que a outra pessoa não leu, mostrando os aspectos positivos e negativos.
Ou seja, você vai realizar os apontamentos necessários do texto que você leu -inicio ( a parte introdutória do que trata o texto), meio ( seria uma espécie de resumo sobre a obra) e fim ( fazer a crítica a cerca do tema discutido da obra que você leu).
Resenha Critica
ANGELUCCI, Carla B.; KALMUS, Jaqueline; PAPARELLI, Renata,
e PATTO, Maria Helena S. O Estado da arte da pesquisa sobre o fracasso
escolar ( 1991-2002): Educação e pesquisa, São Paulo,
v.30,n.30,p.51-72, Jan./abr./2004. Disponível em : <https:/www.revistas.usp.br/ep/article/view/27924/29686>.
Acesso em: 11 de abr.2002.
O presente artigo trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, com estudos exploratórios, qualitativa, descritivos e
estatísticos, a cerca da historicidade do fracasso escolar; permeando pelas
causas, desafios e as propostas interventivas ocorridas entre 1991 - 2002.
Entretanto, para entender as pesquisas sobre o fracasso escolar nos anos 1991 -
2002, as autoras realizaram uma retrospectiva das pesquisas educacionais nos
anos 70.
Através da pesquisa levou-se em
consideração a situação de professores e alunos da rede pública de ensino
fundamental e médio, bem como as descrições das estruturas físicas e o
funcionamento das unidades escolares; assim como foi analisado os métodos de
ensino e os recursos didáticos da época da pesquisa.
As autoras do artigo O estado da arte
da pesquisa sobre o fracasso escolar(1991-2002): um estudo introdutório,
fazem uso das observações da autora GOUVEIA (1991-2002), em suas pesquisas a
cerca do tema fracasso escolar. No qual ao longo do texto, Gouveia vem
destacando os motivos, consequências e estratégias que foram usadas tanto para
identificar as situações problemas que contribuem para o fracasso escolar da
época de sua pesquisa, bem como ela faz algumas observações do que necessitou.
Ao longo do texto Gouveia, faz um
adendo à respeito de como as pesquisas dedicadas à avaliações de inovações
educacionais eram escassas, bem como ela atribui essa escassez à falta de atenção
ou ao método de análise teórico metodológico utilizado na pesquisa. Embora, ela
deixe claro que a falta de atenção tenha contribuído nas escolhas teóricas,
pelo simples fato que as pesquisas não utilizaram literatura americana, como
fizeram os psicólogos.
Gouveia destaca que naquela época a pesquisa
educacional era negligenciada nos orçamentos das universidades, e que
desempenhava um papel secundário na carreira do professor universitário,
segundo GOUVEIA(1971,p.10), bem como não havia
agências de fomento à pesquisas, à exemplo da CNPq e a Fapesq. Ela aponta ainda
para a importância de centros de estudos e ou grupos, que deveriam trazer para
a educação a colaboração de pesquisadores de outros ramos das ciências humanas,
programas de pesquisas que participassem professores e alunos de pós-graduação.
Logo, em seguida ela enfatiza a
composição do campo da pesquisa educacional, no qual era constituído na época
de 1970-1975, por aumento das ciências humanas no campo da pesquisa educacional
incluindo a psicologia, bem como o INEP teve o aumento à projetos financiados à
pesquisa sobre elaboração de currículos e avaliação de cursos ou programas em
função do mercado de trabalho, envolvendo o planejamento curricular em estreita
relação com as necessidades de mão-de-obra.
Naquele período, foi realizado avaliação dos
currículos e programas, a construção de avaliação e pesquisa, os aspectos dos
estudantes na esfera socialmente e psicologicamente, como também o crescente
número de matrículas nos centros urbanos. Bem como, foi identificado pela
pesquisadora as características sociologicamente e psicologicamente
os sujeitos ou os ambientes em que vivem, mas também buscou analisar a
influência dessas características.
Após essas pesquisas, constatou-se através
da avaliação psicológica dos alunos, da disseminação de uma concepção de
fracasso escolar e de saídas preventivas e remediativas para as altas taxas de
reprovação e evasão na rede pública de ensino fundamental. Por outro lado,
Gouveia chama atenção que não se analisou a escola como organização social e
dos sistemas administrativos, da política educacional e dos sistemas políticos
administrativos federais, estaduais e municipais que compõem o âmbito das
escolas brasileiras.
Levando em consideração os apontamentos
realizados por Gouveia, foi realizado uma pesquisa pelo Instituto Universitário
do Rio de Janeiro, na segunda metade dos anos 70. No qual constatou-se o que
Gouveia descreverá em sua pesquisa a disseminação de uma concepção de fracasso escolar
e de saídas preventivas e remediativas para as altas taxas de reprovação e
evasão na rede pública do ensino fundamental, bem como foi identificado objetos
de estudos ineficientes ou inexistentes que acabam por contribuir na pesquisa
do Instituto. Ao mesmo tempo, no Brasil chega a "Teoria" norte
americana de carência cultural. * Descrição breve no final da resenha critica.
O Instituto Universitário do Rio de
Janeiro, fez uso de uma pesquisa qualitativa no qual os critérios das pesquisas
que foram feitas, eles acrescentarão outros fatores, como qualidade da escola e
a produção do fracasso escolar, bem como as condições salariais do
magistério.
Ao longo das pesquisas foi possível
dividir as causas do fracasso escolar em duas partes; sendo que de um lado as
pesquisas mostraram que o fracasso escolar se dava estritamente de caráter
individual, no qual centra no aluno a responsabilidade à problemas cognitivos,
psicomotores ou neurológicos. Por outro lado, as autoras categorizaram ora o
professor ora o aluno, no qual era proposto soluções técnicas, com base
teórica comportamental ou cognitivista com o intuito de eliminar o fracasso.
Foi visto, ainda em catorze teses o fracasso escolar está direcionado com as
políticas públicas e com a macropolítica, no qual essas pesquisas analisam o
capitalismo e o neoliberalismo no fracasso escolar.
Ao analisar as pesquisas as autoras
chegaram a conclusão que o fracasso escolar está ligado a problemas psíquico,
no qual atribuíram a crianças e aos pais. Ou seja, os problemas psíquicos
são compostos por: ansiedade, dificuldades de atenção, dependência emocional,
agressividade o que desencadeia problemas psicomotores e inibição intelectual
que prejudicam a aprendizagem escolar. Logo, cabe aos alunos aceitarem a ajuda
de professores e psicólogos.
Essa inibição intelectual é decorrente
de dificuldades emocionais adquiridas nas bases familiares. Nessas teses é
identificado que a escola também tem sua participação, no que diz respeito à
relação professor-aluno e a didática. Como também a fatores de ordem política e
social e a pobreza dos alunos sendo um fator externo do insucesso escolar.
As pesquisadoras identificaram a
presença de dois grupos intitulados de controle e experimental, no qual foi
percebido que esse grupo teve um bom desempenho nas avaliações intelectuais,
entretanto nas avaliações de personalidades identificou problemas de natureza
emocional.
Com isso, foi identificado que tanto os
grupos por controle emocional e experimental apresentaram baixo desempenho
intelectual. Ao contrário do outro grupo que apresentou maturidade emocional
suficiente para baixo nível de inteligência.
As pesquisadoras identificaram que o
fracasso escolar está direcionado à didática que foi usado de forma inadequada
ou mal digerido. Com isso, as pesquisadoras resolveram aplicar técnicas a fim
de verificar o desempenho de acordo com as respostas dadas nas pesquisas no
contexto experimental. Ao realizarem as pesquisas constataram uma contradição
na hipótese inicial, sendo classificado, assim como deficiências individuais
que segundo as pesquisadoras, necessitam de acompanhamento especial, ou seja,
elas afirmam que o fracasso escolar, não restringem apenas a problemas na
didática utilizada, mas também considerou-se critica à concepções
psicologicamente ou medicalizantes, segundo as autoras, quando se deseja atribuí-la
à dificuldades do aluno. O que segundo elas, restringe a avaliação da criança e
a intervenção na criança.
Outro ponto atribuído ao fracasso
escolar como questão escolar, sendo à lógica excludente da educação escolar,
sendo iniciado desde à constituição da rede de ensino público no Brasil, ou
seja, direcionar o fracasso escolar deve considerar a escola como instituição
inserida em uma sociedade de classes regida pelos interesses do capital, vale
salientar que a própria política pública também é um fator determinante ao
fracasso escolar.
Com base nas pesquisas, as autoras
sugerem a reversão dessa situação levando em consideração a política educacional,
resistência aos interesses privatizantes e o compromisso com a construção de
uma escola pública que transmita habilidades e conhecimentos em igualdade.
Com isso, é perceptível que para pensar a escola e seus resultados é preciso
levar em consideração que ela e uma instituição seletiva e excludente, sendo
característica do perfil do tecnicismo, com o intuito de controlar o fracasso
escolar, buscando adequar e /ou implementar políticas educacionais chamadas de
progressistas, na estratégia da política de ciclos de aprendizagens.
Vale salientar que o insucesso dessas
reformas e projetos se dá em virtude do conservadorismo, no qual apresenta
resistência à inovação. A proposta sugerida é na formação intensiva dos
professores, de modo à fazê-los conhecer em profundidade as propostas
governamentais garantindo uma efetividade no objetivo final de reformas e
projetos o que é uma reversão do fracasso escolar.
Outra reversão se dá através da reformulação
da política educacional e social. Essa política deve ser elaborada por
especialistas, com embasamento nas teorias do desenvolvimento, da aprendizagem
e de ensino, entre os autores as pesquisadoras defendem Piaget e Vygotsky e
defendem ainda a divisão entre planejadores e executores.
Por último, intitulado como motivo do
fracasso escolar é atribuído como questão política que envolve a cultura
escolar, cultura popular e relações de poder, tudo enfatiza a dimensão
política da escola. Nesse ponto, não se descarta a escola como instituição social,
regida de forma construtiva da sociedade de classes. Entretanto, o foco
principal é nas relações de poder existentes no âmbito escolar. O que
desencadeia em estrutura-se na cultura dominante e não reconhecer, o que acaba
desvalorizando a cultura popular. É feito crítica às classes populares que são
carentes de cultura ou possuem deficiências cognitivas e emocionais, à relação
pedagógica concebida como processo individual, as tentativas de superação do
fracasso escolar por meio de medidas de inclusão nos sistemas escolar e social,
centrado na ideia de escola como sendo abstrato, o que não é!
Quando se vai analisar o aspecto social
é possível identificar não aprendizado, problemas emocionais e indisciplina,
bem como carência cultural o que destroem os fenômenos nomeados pelos
formuladores de políticas educacionais. Através das pesquisas, no quesito
indisciplina do aluno, pode ser entendido como o mesmo deseja participar das
discussões da escola, levando em consideração seus referenciais culturais.
Logo, há uma ruptura epistemológica da criança dita como fracassada, o
professor dito como incompetente, as famílias desestruturadas, levando em
consideração à fala dos alunos, dos profissionais da escola, das
famílias das classes populares, buscando resgatar a veracidade dos
saberes, experiências e percepções.
Portanto, concluo que através
dessas pesquisas é possível perceber não apenas como estava a realidade
educacional daquele período, no qual havia disparidade entre o papel real
da escola como instituição social e o papel dos professores e alunos, uma vez
que envolvia questões de cunho social e psicológico.
Por outro lado a medida que as pesquisas
iam sendo realizadas, os próprios pesquisadores iam adquirindo novas roupagens
teóricos cientificas e identificando a necessidade da autonomia das
Universidades Públicas e a importância dos Institutos de Pesquisas que
contribuem na construção de políticas públicas e ações que possam ser
eficientes na erradicação de alguns problemas identificados, bem como no
acompanhamento e nivelamento das questões relação professor aluno e função
social da escola. Quem em um dado momento foi identificado que a escola está
distante das questões culturais o que é de suma importância para a identidade
de seu povo e na construção da identidade sociocultural do município, estado e
do país.
Ao longo do artigo é
perceptível que as desigualdades sociais contribuíam nesse processo de
distanciamento entre o papel da escola e a relação professor aluno e que acabou
se tornando na época um outro marco teórico. Outros fatores que
contribuíram foi os aspectos psicossocial, didática, o uso do método tecnicista
e tradicional impedindo de aceitar a tecnologia como fator que contribuem na
reversão do fracasso escolar. Logo, percebemos que o fracasso escolar não
existe com a pandemia ( pandemia COVID-19), como costumeiramente ouvimos. Notamos
que essa problemática já perpassa há anos o que se torna algo alarmante e
preocupante. Quando atribuímos o fracasso escolar a pandemia, esquecemos de olhar
desde quando esse problema surgiu e como há anos os mesmos sujeitos interferem
na reversão do fracasso escolar.
Então atribuir o fracasso escolar aos
dias de hoje e esquecer de olhar a origem do mesmo. Portanto, a pandemia
mostrou nitidamente que em anos anteriores os fatores que desencadeavam o
fracasso escolar já existiam e o não fomento nas reversões e a aceitação da
inovação e entender o perfil do aluno e que aluno deseja formar ou seria que
cidadão desejamos ter em nossa sociedade há alguns anos adiante?.
Ao longo do texto, as autoras citam
Piaget e Vygotsky como autores que podem auxiliar na didática adequada em sala
de aula. Eu incluo Freud e Paulo Freire, além de autores que são referências
nos dias de hoje, como Augusto Cury no qual apresenta livros que falam sobre
ansiedade no ambiente escolar, e há literaturas dele que falam sobre relação
pais e filhos. Outro autor que sugiro no quesito indisciplina é João Roberto de
Araújo autor da metodologia Liga pela Paz, no qual aborda as emoções em sala de
aula fazendo uso de metodologia de Inteligência Relacional.
Finalizo, defendendo que devemos sim
acreditar na educação, mesmo com tantos percalços que surgem desde o
descobrimento do Brasil. Mas devemos olhar os desafios que a educação encara e
buscar parcerias que nos ajudem a ir gradativamente excluindo essa mancha que o
fracasso escolar deixa na educação brasileira. Pois devemos sempre lembrar que
a educação é a base para todas as profissões.
Teoria norte americana de carência cultural - essa teoria trata-se de uma explicação dada da
Psicologia Educacional na década de 60 e 70, à realização das desigualdades
sociais da escolarização)